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Lançamento tem queda de 50% em São Paulo

Os lançamentos e vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo - maior mercado imobiliário do país - tiveram forte queda no primeiro trimestre, segundo o Secovi-SP, Sindicato da Habitação. A redução do número de unidades lançadas foi de 50,4% ante o mesmo período do ano passado, para 2.191 unidades, conforme dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), divulgados pelo Secovi-SP. As vendas encolheram 27,1%, para 2.736 unidades.

Na avaliação do presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, as quedas poderão ser atenuadas se os ajustes econômicos forem aprovados, nos próximos dois meses, nos moldes propostos. Caso isso ocorra, as vendas podem cair cerca de 15% no ano, e os lançamentos um recuo de 20% comparado com o passado, nas estimativas de Bernardes. "Quando o problema for equacionado, e o mercado enxergar que estamos andando na direção correta, a economia começa a mudar", diz.

O presidente do Secovi-SP ressalta que diante de um cenário de menos confiança e estoques mais altos, as incorporadoras colocam o "pé no freio" dos lançamentos. O aumento do desemprego também é fator de preocupação para o setor. Em relação às restrições de crédito imobiliário, Bernardes diz se preocupar, principalmente, com os efeitos para o setor em 2016.

No mês de março, o setor lançou 773 unidades residenciais na cidade de São Paulo, o que representa retração de 72,3% em relação a um ano antes e redução de 11,4% ante fevereiro. As incorporadoras continuam a dar prioridade à venda de estoques em relação à apresentação de novos projetos ao mercado, e muitas têm recorrido a campanhas de descontos para acelerar a comercialização de imóveis. "Em parte, as oportunidades boas para o comprador contrabalanceiam a insegurança", diz Bernardes.

As vendas de imóveis somaram 1.267 unidades em março, com retração de 27,4% ante o terceiro mês de 2014, mas alta de 73,1% em relação a fevereiro, mês com menos dias úteis. O Valor Geral de Vendas (VGV) somou R$ 672,8 milhões, com valor médio por unidade de R$ 531 mil.

A velocidade de comercialização medida pelo indicador VSO (vendas sobre oferta) ficou em 4,4%, abaixo dos 8,2% de um ano antes, mas acima dos 2,7% de fevereiro, segundo o Secovi-SP. Em março, a maior redução no volume de unidades vendidas ocorreu no segmento de um dormitório (46%), seguido pela queda das unidades de três dormitórios (28%). As vendas de imóveis de dois dormitórios caíram 18%, seguidas pelas de quatro dormitórios, que recuaram 7%. No mês, o segmento de dois dormitórios respondeu por 48% das vendas. As unidades de três dormitórios ficaram com a fatia de 27%, as de um dormitório, com 19%, e as de quatro dormitórios, com 6% do total.

Por Chiara Quintão

Fonte: Valor Econômico - EMPRESAS - via CTE

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