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SETOR IMOBILIÁRIO AINDA ESPERA RETOMADA
O mercado imobiliário conserva a expectativa de uma recuperação lenta e gradual os negócios no segundo semestre, com aceleração em 2018, disseram empresários no último dia 13, durante a entrega do prêmio Top Imobiliário, realizado pelo Grupo Estado. No entanto, as empresas afirmaram que a nova crise política, com as delações da cúpula da JBS, trouxe novos obstáculos à concretização das expectativas de recuperação.
A 24.ª edição do Top Imobiliário teve como vencedoras as empresas Gafisa, Lopes e Plano & Plano. O evento busca destacar o trabalho de incorporadoras, construtoras e imobiliárias da região metropolitana de São Paulo, a partir de critérios como lançamento de torres e unidades, área construída e valor geral de vendas dos projetos. O Top Imobiliário tem parceria do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) e da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).
O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi- SP), Flávio Amary, disse prever crescimento de 5% a 10% do mercado na capital paulista em 2017, mas ponderou que algumas vendas acabaram postergadas pela crise. “O cenário é preocupante e dificultou as projeções para o curto prazo."
O presidente da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci), Rodrigo Luna, disse esperar a manutenção da recuperação do setor, mas ressalvou que isso depende da agenda de reformas pelo governo e queda da taxa básica de juros. “A crise política é extensa, mas, se essas medidas evoluírem, teremos condições de reaquecer
a economia.”
Luna, que é fundador da Plano& Plano, incorporadora que tem a Cyrela como sócia, disse que espera manter os lançamentos estáveis neste ano, em torno de R$ 550 milhões em valor geral de vendas. “O cenário macroé incerto”, disse.
O diretor comercial da Gafisa, Lucas Tarabori, disse que a incorporadora lançará em junho o primeiro empreendimento do ano – um projeto de 28 unidades de alto padrão, com 130 m², nos Jardins. “Prevemos outros lançamentos no segundo semestre desde que tenhamos oportunidades de negócios”, explicou o executivo.
A clientela se mostrou mais preocupada no último mês, em meio ao tenso noticiário político, segundo Tarabori. O efeito foi parcialmente neutralizado na Gafisa pela campanha que ofereceu contratos a taxa zero até a entrega do imóvel. “Focamos no consumidor que já estava propenso a fechar negócio.”
O fundador e presidente do conselho de administração da incorporadora Helbor, Henrique Borenstein, concorda que a recuperação deve vir no segundo semestre. Ele atentou, porém, para a falta de regras para os cancelamentos dos contratos de compra e venda de imóveis – os chamados distratos.
Por Circe Bonatelli
Fonte: O Estado de S. Paulo, Economia, 14/06/2017
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