Novo Plano Diretor de Curitiba pretende inovar na abordagem urbanística

Mudanças no zoneamento, realização de obras viárias, descentralização da administração e inovações tecnológicas. De acordo com o diretor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Oscar Ricardo Schmeiske, essas são algumas ações que devem ser contempladas no novo Plano Diretor de Curitiba que está em fase de revisão e deve ser enviado à Câmara Municipal até o começo do próximo ano. As proposições foram apresentadas em palestra ministrada no evento de 40 anos da Senzala Imóveis, empresa do Grupo Senzala, na capital paranaense.

Schmeiske disse que, embora não seja objeto de trabalho nesse momento, estão previstas alterações no zoneamento em Curitiba, com vistas a tornar mais flexíveis as zonas que hoje são consideradas muito restritivas, atraindo novas construções. Como exemplo, as áreas classificadas como ZR-1, destinadas às habitações unifamiliares, poderão receber novas atividades, como empreendimentos comerciais. Do mesmo modo, as regiões que atualmente são estritamente industriais ou de serviços possivelmente receberão imóveis residenciais.

Outros bairros próximos ao eixo central, como o Mercês, terão algumas alterações nos parâmetros construtivos para melhorar o aproveitamento da infraestrutura que já se encontra instalada. O Ippuc também prevê a alterações nos índices urbanísticos, como a uniformização do coeficiente de aproveitamento em todas as zonas da cidade, em 1. Nessa proposta, o aumento da área máxima para construção no lote seria possível por meio da compra de potencial construtivo.

Mobilidade

A administração municipal pretende consolidar os bairros às margens da linha Inter 2 como polos de adensamento. A ação vai abranger os bairros Cabral, Jardim Social, Jardim das Américas, Capão da Imbuia, Hauer, Xaxim, Capão Raso, Portão, Santa Quitéria, Campina do Siqueira, Mercês e Centro Cívico. Ainda, estão previstas intervenções viárias como a implantação de duas trincheiras em desnível, nas avenidas Nossa Senhora Aparecida e Sete de Setembro, possibilitando fluidez ao tráfego de veículos nesses locais.

Até 2019, também deve estar em funcionamento a primeira linha do Metrô de Curitiba, num trecho de 17,6 km, com 15 estações, ligando o bairro CIC-Sul e o Terminal do Cabral. O Metrô de Curitiba terá capacidade para transportar a partir de 25 mil passageiros por hora, bem acima da atual capacidade dos ônibus, de 12 a 15 mil passageiros/hora, por sentido. Os veículos atualmente transportam de 19 a 20 mil passageiros/hora nos horários de pico.

Descentralização

A Prefeitura de Curitiba pretende criar centros de administração regionais, algo como as subprefeituras, no núcleo central de bairros consolidados da cidade, como o Portão. Essas estruturas serão implantadas com a finalidade de reduzir a necessidades de movimentação das pessoas para áreas mais afastadas na obtenção de serviços públicos básicos.

Tecnologia

O novo Plano Diretor de Curitiba também deverá ter um capítulo dedicado às inovações tecnológicas. Entre elas, está a implantação de um sistema eletrônico de compra do EstaR, com acesso por tablet ou celular. Outro tema que deve figurar na legislação é a regulamentação do uso de drones, cuja responsabilidade deve ser compartilhada entre a administração municipal e o Governo Federal. Segundo o diretor do Ippuc, Oscar Ricardo Schmeiske, a normatização deverá se basear em questões relacionadas ao uso do espaço aéreo, gestão de risco e privacidade na divulgação das informações.

Fonte: http://piniweb.pini.com.br/construcao/Parana/novo-plano-diretor-de-curitiba-pretende-inovar-na-abordagem-urbanistica-329865-1.aspx