Feb
06
Arquitetos elogiam obras de revitalização da Zona Portuária
Arquitetos do Royal Institute Of British Architects (Riba), do Reino Unido, e do Instituto dos Arquitetos do Brasil percorreram nesta quarta-feira as obras de revitalização da Zona Portuária do Rio, o chamado Porto Maravilha, no centro da capital fluminense.
Durante a visita técnica, o diretor Internacional do Riba, Marcus Delley, acompanhou as obras do túnel da Via Binário, do Passeio Marítimo e do Museu do Amanhã. Nos próximos dias, o prefeito Eduardo Paes deve anunciar o prazo de conclusão das obras.
"Esta é a primeira de uma série de visitas que faremos. Os projetos que vi estão em fase inicial, mas parecem úteis e de muito valor, especialmente o túnel que desafoga o tráfego em diversas áreas importantes da cidade, o que é algo positivo. O Museu do Amanhã é bastante promissor e será interessante vê-lo concluído. Por enquanto, tivemos uma pequena amostra do que será", disse Delley.
Arquitetos brasileiros informaram a Delley que apenas uma via do túnel da Via Binário é usada. De acordo com eles, quando o túnel estiver concluído, permitirá o tráfego diário de 55 mil veículos. Outra área visitada por Delley foi o Passeio Marítimo, parte do projeto Porto Maravilha.
De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto do Rio de Janeiro, Alberto Silva, a extensão do passeio, no trecho do Elevado da Perimetral, demolido em 2014, possibilitará, após o término das obras de revitalização, o reencontro com a paisagem da Baía de Guanabara. "É um verdadeiro resgate da arquitetura da cidade. Cariocas e visitantes redescobrem construções como o Moinho Fluminense, o Edifício Paranapanema e o Mosteiro de São Bento. A prioridade ao pedestre tem como símbolo maior a retirada da Perimetral e a liberação da frente marítima", observou Alberto Silva.
Após o término das obras, a região receberá diversos empreendimentos comerciais, o que preocupa o presidente do Instituto dos Arquitetos, Pedro da Luz Moreira. Segundo ele, há necessidade de mais empreendimentos habitacionais na área, pois as torres corporativas reproduzirão o modelo do centro da cidade. Conforme Moreira, a região acaba tendo um uso estabelecido, que é o comercial, e a infra-estrutura instalada acaba morrendo.
"A cidade melhor é a de múltiplos usos, não a especializada no uso de grandes corporações. Todo investimento público acaba não realizando a cidade que queremos. Ela acaba sem uso nos fins de semana. Fica uma cidade morta. Misturar o uso habitacional às torres corporativas é importante. Estamos cobrando do governo municipal para que ele esteja atento e incentive o capital imobiliário", concluiu Moreira.
Da Agência Brasil
Edição: Armando Cardoso
Fonte: Agência Brasil, Geral, 04/02/2015 - via CTE
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